7
de
November
de
2023

Fundos de investimento: como funcionam e por onde começar?

Fundos de investimento: como funcionam e por onde começar?

Fundos de Investimento: manual completo

Os fundos de investimentos possuem uma capacidade de agradar diversos perfis de investidores, visto que, segundo dados da ANBIMA levantados em outubro de 2023, atualmente existem, no Brasil, mais de 30 mil deles.  

Este artigo irá tratar assuntos que englobam os fundos de investimentos, como: quanto custa, quem faz parte, como funciona, entre outros.

O que são os Fundos de Investimentos e como funcionam?

Os fundos consistem em uma união de diversos investidores (cotistas) com objetivos em comum, sendo assim, uma modalidade de aplicação financeira coletiva. Através dessa união, são levantados os recursos para serem aplicados em ativos mobiliários ou imobiliários. Esses recursos agora fazem parte do patrimônio do fundo e as decisões de investimentos passam a ser de responsabilidade do gestor, e não mais do cotista.

Os investimentos podem gerar, ou não, um bom resultado, fato que determinará a valorização ou desvalorização das cotas do fundo. Os ganhos gerados através dos investimentos serão divididos proporcionalmente entre os cotistas do fundo.

Sendo a principal figura de um fundo o gestor, ele passa a gerir todo o patrimônio que pode ser alocado em diversas classes de ativos, a depender do tipo do fundo e suas especificações – que podem ser encontradas no regulamento do mesmo.

O que são as cotas?

No caso dos fundos, o investidor não compra um ativo diretamente e sim cotas do fundo investido. Dessa forma, todo patrimônio do fundo é dividido em pequenas porções, e o valor de cada cota é calculado através da divisão do patrimônio do fundo pela quantidade de cotas emitidas.

Quem faz parte do fundo?

Mostra-se necessária a participação de algumas partes para o funcionamento de um fundo de investimentos, cada uma delas tendo uma função pré-definida no regulamento.

1.     Gestor

Frente de tomada de decisões de investimentos, podendo ser uma ou mais pessoas. Realiza a escolha dos ativos investidos, suas quantidades e valores, considerando sempre a política de investimentos e os objetivos estabelecidos pelo fundo.

2.     Administrador

O administrador é uma instituição financeira responsável pela definição das características principais das carteiras, as políticas de investimentos e os objetivos do fundo. Esta instituição deve prestar serviços para o funcionamento e manutenção do fundo.

3.     Custodiante

Após feita a escolha dos ativos a serem investidos, os mesmos são mantidos por uma instituição conhecida como custodiante. Isso acontece para que a segurança dos investimentos e dos cotistas seja mantida.

4.     Auditor

Para que o fundo tenha permissão para funcionar é necessário que ele passe por auditorias independentes que ocorrem, normalmente, uma vez ao ano. Cabe ao auditor conferir as demonstrações contábeis da carteira para garantir que tudo está ocorrendo dentro das normas estabelecidas.

5.     Distribuidor

Os distribuidores – bancos e corretoras – são a ponte entre os investidores e o fundo. São as instituições que “vendem” as cotas aos cotistas.

Quanto custa?

Algumas taxas são cobradas dos cotistas dos fundos e ao escolher algum deles para investir é necessário ter conhecimento de todas elas, dado que existe um impacto direto no retorno esperado.

A taxa de administração existe em todos os fundos e é cobrada em cima do patrimônio líquido para remunerar o gestor, os operadores do fundo e arcar com os custos envolvidos na administração e gestão do fundo.

A taxa de performance, diferentemente da taxa de administração, é cobrada apenas sobre o rendimento auferido, é opcional e só ocorre caso o fundo performe melhor do que o benchmark, sendo dessa forma, um incentivo ao gestor.

O imposto de renda varia de 15% a 22,5% sobre os rendimentos, exceto para fundos de ações, no qual o IR é fixado em 15%. Para os outros fundos o IR é calculado usando a tabela progressiva exibida abaixo:

Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 721 dias 15%

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é cobrado apenas em investimentos com duração inferior a 30 dias, funcionando também através de uma tabela regressiva e pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo do investimento.  

O come-cotas é uma antecipação do IR que ocorre duas vezes por ano, no final de maio e novembro. Como a cobrança do IR nos fundos de curto e longo prazo não acontece apenas na hora do resgate, nessas datas estipuladas os administradores calculam a menor alíquota aplicada em cada uma das categorias e fazem a cobrança através do recolhimento de cotas.  

Tipos de fundos de investimentos

O tipo do fundo é ligado aos ativos em que o patrimônio será alocado e os mais conhecidos são:  

Os fundos cambiais são usados como proteção da desvalorização do real e devem conter, obrigatoriamente, pelo menos 80% do patrimônio alocado em investimentos que estejam atrelados a moedas estrangeiras.  

Os fundos de ações devem investir, pelo menos, 67% do patrimônio em ações que são negociadas no mercado de bolsa ou balcão organizado. No geral, esse tipo de fundo possui uma volatilidade mais elevada em comparação as outras classes.

Os fundos multimercado costumam investir em diversos tipos de ativos, o que dá maior liberdade de escolha para o gestor. Esses fundos têm como principal diferença falta de limites máximos e mínimos dentro das classes ativos no portifólio.  

Os fundos de renda fixa devem investir, no mínimo, 80% do seu patrimônio em ativos dessa classe e os outros 20% podem ser investidos a fim de alavancar o fundo.

Os fundos imobiliários, também conhecidos como FIIs, reúnem investidores que querem aplicar no mercado imobiliário sem comprar um imóvel diretamente. Neste caso, o patrimônio pode ser alocado em títulos (fundos de papel), imóveis (fundos de tijolo) ou outros fundos que apliquem no mercado imobiliário.

Quais são os riscos?

Assim como em qualquer outra classe de ativos, investir em fundos tem os seus riscos, e esses variam de forma inversamente proporcional com a maior possibilidade de lucro, portanto, quanto maior a expectativa de lucro, maior a probabilidade de risco. Os riscos mais comuns que envolvem os fundos são:  

Risco de crédito: No caso de aplicações em renda fixa, existe o risco de o emissor dos papéis não realizar o devido pagamento;

Risco de mercado: Existe a possibilidade de o gestor não ter sucesso na estratégia de investimento implementada. Isso pode acontecer por diversos motivos, desde um erro de estratégia até uma mudança econômica inesperada;

Risco de liquidez: Possibilidade de o investidor não poder negociar algum ativo da carteira no momento em que deseja pela falta de compradores, podendo acarretar prejuízos. O mesmo pode acontecer com o cotista ao tentar vender suas cotas (no caso dos FIIs) e não achar nenhum comprador.

Quais as vantagens?

Imposto de renda: a apuração ocorre de forma mais facilitada do que em outros ativos;

Diluição de custos: os custos de corretagem são divididos entre todos os cotistas;

Liquidez: fácil aplicação e resgate/venda;

Diversificação: capital exposto a vários setores da economia;

Acessibilidade: acesso a ativos que não seriam possíveis com capital reduzido ou para PF;

Especialização na gestão: gestor dedicado e certificado para montar e gerir a carteira.

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