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A inflação é um conceito econômico que se refere ao aumento de preços de bens e serviços, representando, dessa forma, a redução do poder de compra. Seu cálculo é realizado por meio dos índices de preços, sendo um dos mais relevantes o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), especialmente no contexto das metas de inflação. Usualmente, a inflação é um fenômeno temporário que surge durante a transição da economia de um período de contração para um de expansão. No entanto, mostra-se temporário apenas quando a oferta se equipara a demanda dos produtos, resultando na redução dos preços.
O aumento da demanda é uma das causas mais comuns para a inflação. Para ilustrar, quando existe uma baixa quantidade de um produto que muitas pessoas querem consumir, o preço do produto tende a subir, para se equilibrar a oferta. Essa situação também pode ser observada caso haja muito dinheiro em circulação, dado que, desta forma as pessoas podem consumir mais e, assim, aumentar a demanda. .
Neste contexto, a inflação é categorizada como “inflação de oferta” ou “inflação de custos”. Acontece quando o custo da produção de um produto é elevado, levando o produtor a repassar esses custos adicionais para o consumidor, impactando diretamente no valor final do produto.
Neste cenário, o aumento da inflação é influenciado pelo próprio governo, manifestando-se quando os gastos governamentais superam as receitas, levando a necessidade de imprimir mais papel-moeda para equilibrar as contas. O resultado de mais dinheiro circulando na economia – que não esteja associado a uma real geração de riqueza ou um aumento de produção – sem que a demanda seja alterada, é o aumento generalizado dos preços.
A inflação tem impacto direto em diversos setores da economia, portanto, ela não pode ser calculada de forma precisa por um único índice. Dentre os tantos índices que medem a inflação no Brasil, o principal é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O “Amplo” que acompanha o nome do índice reflete a intenção englobar 90% da população urbana do país. O cálculo IPCA é conduzido pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e determina a inflação dentro de uma cesta de produtos e serviços para famílias de recebem de 1 a 40 salários mínimos. Em um primeiro momento, famílias são entrevistadas a fim de entender os produtos mais consumidos. Após este levantamento dos produtos mais relevantes, inicia-se uma segunda pesquisa, agora com os comércios, para que os preços de venda sejam checados e acompanhados. Nesta conta entram itens básicos de consumo, como alimentos, vestuário, educação, comunicação, habitação, transporte, despesas pessoais e saúde. Para que essa amostragem seja relevante o suficiente para representar todo o território nacional, o IBGE faz o levantamento de forma mensal em 13 áreas urbanas do Brasil, levantando mais de 430 mil preços.
A principal consequência de um momento inflacionário é a redução do poder de compra, resultante da desvalorização da moeda. Sob a perspectiva macroeconômica, a inflação pode desencorajar setores da economia a realizar novos investimentos e melhorias no país, ocasionando incertezas em relação aos rumos da economia. A inflação impacta, de forma mais pronunciada, as camadas menos privilegiadas da sociedade, uma vez que essas possuem um acesso mais limitado a instrumentos financeiros capazes de proporcionar certa proteção em relação aos efeitos inflacionários.